Pelo menos 15 deputados federais de partidos que integram o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinaram o pedido de impeachment do petista. O documento, articulado pela oposição, aliada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mira a comparação de Lula entre os ataques de Israel na Faixa de Gaza, em meio à guerra contra o Hamas, ao Holocausto, que foi a perseguição e o assassinato de judeus na Alemanha nazista por Adolf Hitler.
Até o início da tarde desta segunda-feira (19), o pedido de impeachment contava com 86 assinaturas. A maioria é de deputados do PL, mas há também rubricas do PP, do Republicanos, do União Brasil e do PSD. Juntos, os quatro partidos comandam oito dos 38 ministérios totais de Lula.
O PSD tem três cadeiras no primeiro escalão desde o início do governo Lula: Carlos Fávaro na Agricultura; André de Paula na Pesca; e Alexandre Silveira em Minas e Energia.
O União Brasil tem a mesma quantidade. Juscelino Filho e Waldez Góes, das Comunicações e Integração e Desenvolvimento Regional, respectivamente, estão nos cargos desde janeiro de 2023. Já a pasta do Turismo começou sob o comando de Daniella Carneiro, mas passou para Celso Sabino em uma disputa interna do partido.
Já o PP e o Republicanos entraram no governo em setembro, em uma negociação direta do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A troca foi aceita por Lula, que esperava ter maior apoio na aprovação de projetos de interesse do governo na Câmara.
Na ocasião, Silvio Costa Filho, do Republicanos, assumiu o Ministério de Portos e Aeroportos, enquanto André Fufuca, do PP, ficou com o comando da pasta do Esporte. Apesar da presença no governo, esses dois partidos permaneceram “rachados” no Congresso Nacional, com parlamentares que se dividiram entre apoio e oposição a Lula.
Veja abaixo os nomes dos deputados de partidos que integram o governo que assinaram o pedido de impeachment:
- Alfredo Gaspar (União-AL)
- Clarissa Tércio (PP-PE)
- Coronel Assis (União-MT)
- Coronel Ulysses (União-AC)
- Coronel Telhada (PP-SP)
- Cristiane Lopes (União-RO)
- Dayany Bittencourt (União-CE)
- Delegado Fábio Costa (PP-AL)
- Evair Vieira de Melo (PP-ES)
- Mariana Carvalho (Republicanos-MA)
- Nicoletti (União-RR)
- Messias Donato (Republicanos-ES)
- Reinhold Stephanes Jr (PSD-PR)
- Roberto Duarte (Republicanos-AC)
- Rodrigo Valadares (União-SE)
Veja a lista completa dos deputados federais que assinaram impeachment contra Lula:
- Carla Zambelli
- Julia Zanatta
- Delegado Caveira
- Mario Frias
- Meira
- Maurício Marcon
- Paulo Bilynskyj
- Sgt Fahur
- Delegado Fabio Costa
Carlos Jordy
Gustavo Gayer
Sgt Gonçalves
Kim Kataguiri
Bia Kicis
General Girão
Luiz Philippe
Nikolas Ferreira
Alfredo Gaspar
Rosangela Moro
Gilvan da Federal
Carol de Toni
Amália Barros
Domingos Sávio
Ramagem
Nicoletti
Messias Donato
André Fernandes
Marcelo Álvaro Antônio
Eros Biondini
Junio Amaral
Coronel Telhada
Marcel Van Hattem
José Medeiros
Zucco
Daniel Freitas
Zé Trovão
Daniela Reinehr
Capitão Alden
Filipe Martins
Bibo Nunes
Adriana Ventura
Gilberto Silva
Cel Chrisóstomo
Sanderson
Giovani Cherini
Filipe Barros
Cristiane Lopes
Capitão Augusto
Gilson Marques
Coronel Fernanda
Eduardo Bolsonaro
Any Ortiz
Marco Feliciano
Adilson Barroso
Chris Tonietto
Silvio Antonio
Ricardo Salles
Silvia Waiãpi
Abilio
Marcio Alvino
Jefferson Campos
Rodrigo Valadares
Marcelo Moraes
Delegado Éder Mauro
Rodolfo Nogueira
Dr. Frederico
Clarissa Tercio
Evair Vieira de Melo
Eli Borges
Coronel Assis
Luiz Lima
Coronel Ulysses
Dr. Jaziel
Capitão Alberto Neto
Mariana Carvalho
Roberto Duarte
Marcos Pollon
Magda Mofatto
Dayany Bittencourt
Maurício Souza
Fernando Rodolfo
Roberta Roma
Alberto Fraga
Reinhold Stephanes Jr
Lincoln Portela
Miguel Lombardi
Dr. Zacharias Calil
Entenda fala polêmica de Lula sobre Israel
O pedido de impeachment pede que Lula perca o cargo de presidente por “crime de responsabilidade contra a existência política da União”. O grupo aponta que o petista cometeu “ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”. A ação é passível de punição.
No domingo (18), em entrevista à imprensa na Etiópia, Lula declarou: “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus”. A fala foi entendida como direcionada a Israel, que faz ataques em Gaza.
A declaração gerou uma série de reações. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a classificou como “vergonhosas e graves”. “Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa e fá-lo ao mesmo tempo que defende o direito internacional”, acrescentou, anunciando a convocação imediata do embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, “para uma dura conversa de repreensão”.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, decidiu levar Meyer ao Yad Vashem, o memorial oficial de Israel para lembrar os judeus que foram vítimas do Holocausto. Normalmente, o encontro aconteceria na sede da pasta no país. Katz declarou que Lula é “persona non grata” e não será bem-vindo ao país até que se retrate de declarações. “Não esqueceremos nem perdoaremos”, destacou. Essas reações das autoridades israelenses devem pautar os discursos do ato de Bolsonaro.
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