26 de abril de 2024

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QUAL O RISCO DA 4ª ONDA DA COVID NA EUROPA CHEGAR AO BRASIL?

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A alta de casos que forma a quarta onda de covid-19 na Europa, somada à descoberta de uma nova variante do vírus na Africa do Sul, tem levantado dúvidas sobre o futuro da situação brasileira na pandemia. Pesquisadores ouvidos pelo Estadão afirmam que é difícil prever os rumos da pandemia no País, mas não descartam o risco de uma nova alta nos registros, sobretudo diante do relaxamento de medidas de proteção, como distanciamento social e uso de máscaras. Com o avanço da vacinação, porém, a expectativa é de haver menos internações e mortes.

Considerada potencialmente mais transmissível, a variante B.1.1.529, nomeada OMICRON, foi descoberta na África do Sul e já foi detectada em países como Israel e Bélgica. Em ambos, mesmo a vacinação avançada não tem sido suficiente até aqui para frear o aumento de casos. Esse é um dos indícios observados na Europa que preocupa o Brasil. Os efeitos são similares aos de quando surgiu a variante Delta, que acabou não resultando no recrudescimento da pandemia no País, por mais que tenha se tornado predominante. Com a B.1.1.529, ainda não se sabe o que ocorrerá.

Sob temor de piora na pandemia, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou nesta sexta-feira, 26, que o governo federal limite a entrada de estrangeiros no País. A orientação do órgão acontece mesmo com a vacinação completa superando 61,7% da população total do País.

Atual patamar de vacinação por si só não barra a totalidade dos casos

Para a epidemiologista e vice-presidente do Instituto Sabin, Denise Garrett, ainda que seja a principal ferramenta de controle da pandemia, a vacinação não pode ser vista como a única forma de conter novas ondas da pandemia. “A nossa vacinação não segura o aumento no número de casos, sem contar que são milhões de pessoas que ainda não se vacinaram. Se fosse uma variante inicial, que uma pessoa transmite para duas, a vacinação conseguiria barrar. Uma variante como as que surgiram, que transmitem para cinco a nove pessoas, não dá para barrar”, alerta Garrett, reforçando a importância de convocar a população para segunda dose.

Como exemplo, a epidemiologista cita Cingapura, que, com mais de 90% da população com esquema vacinal completo contra covid, viu um aumento recente no número de casos. O mesmo aconteceu com países como a Alemanha, que atingiu 100 mil mortes pela doença e teve recorde diários de casos. O coronavírus, explica Garrett, parece não ser sazonal como outras doenças, mas responde a uma soma de fatores — o que também inclui o comportamento das pessoas e as medidas de segurança adotadas pelos países.

Por conta disso, a epidemiologista destaca que é difícil prever o que irá acontecer no País, mas reforça que é preciso ligar o alerta para o que se passa em outros continentes, uma vez que os efeitos costumam ser sentidos por aqui meses depois. Ela ainda complementa que avançar a vacinação com duas doses e adotar outras medidas, ainda que menos agressivas na comparação com o início da pandemia, são aspectos importantes para o Brasil evitar o aumento de infecções.

“Tem de focar nas medidas não farmacológicas que a gente sabe que funcionam: usar máscaras e evitar aglomerações“, diz Garrett. “Sei que a população está cansada, que a pandemia está durando muito tempo. Mas os gestores públicos têm que manter a obrigatoriedade do uso da máscara nos ambientes fechados. Flexibiliza no que é seguro. Transmissão em ambiente aberto é menos do que 1%. Quer flexibilizar em ambiente aberto? Tudo bem, mas a obrigatoriedade da máscara em ambiente fechado é a última coisa que tem de acabar.”

 

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Fonte – Estadão

 

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