5 de maio de 2024

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COTADO PARA MINISTRO, DEPUTADO IMBASSAHY É CITADO EM BILHETE DA CAMARGO CORREIA

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Cotado para assumir a articulação política do governo Temer, o deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA) aparece em anotações de um ex-diretor da Camargo Corrêa apreendidas pela Polícia Federal.

Os registros, feitos de próprio punho por Saulo Thadeu Vasconcelos Catão, indicam que suspeitos de participação em um cartel para a construção do Metrô de Salvador planejavam procurar o tucano para tratar de uma manobra que garantisse às empreiteiras investigadas na Lava Jato a vitória na licitação da obra.

Imbassahy, no entanto, não é investigado pela citação, mas a questão pode ser incluída no recall de delações da Camargo Corrêa, de acordo com investigadores ouvidos pelo JOTA.

O caso teria ocorrido enquanto o deputado e ministeriável era prefeito de Salvador (1997-2005). Saulo escreveu: “Rosa/Roberto 1.Gestionar junto ao Baiardi10 para contactar o Pref/SSA para consolidar a desclassificação”. A mensagem aparece em denúncia oferecida pela Procuradoria da República na Bahia contra sete representantes de empreiteiras sob acusação de formação e participação no cartel.

Os procuradores citam a referência a Imbassahy como exemplo de que o grupo de construtoras que atuou para fraudar a licitação recorreu a expedientes espúrios para garantir a desclassificação do consórcio TransBahia, que era a proposta mais barata.

“Para a desclassificação da proposta mais barata (a do consórcio TransBahia), foi fundamental a estratégia traçada em 06/07/1999 pelos denunciados ligados ao consórcio METROSAL (fls. 650- 652 e 1420-1422), a respeito de ações a serem adotadas perante a Comissão de Licitação da Prefeitura de Salvador, o que incluía a preparação de um relatório por um certo Renato e a realização de lobby perante o Secretário Municipal Ivan Barbosa, a Comissão de Licitação , a CBTU e a utilização de um “Padrinho””, escreveram os procuradores.

“No relato da reunião, lê-se a seguinte observação do punho de SAULO: “3. Ficar atento aos movimentos políticos locais, evitando surpresas contrárias”. No mesmo documento, há também referências ao então prefeito de Salvador, Antônio Imbassahy.  O documento não deixa dúvidas quanto à utilização de expedientes espúrios para que a Comissão de Licitação confirmasse a desclassificação da IMPREGILO (consórcio TransBahia)”.

Segundo os investigadores, provavelmente, a citação Baiardi trata de Renato José Baiardi, ex-presidente da Odebrecht Engenharia e Construção.

A obra do metrô de Salvador é considerada a maior da gestão de Imbassahy na prefeitura da capital baiana. O Tribunal de Contas da União detectou sobrepreço de pelo menos R$ 166 milhões, responsabilizados gestores do governo tucano, além de empresas envolvidas na Lava Jato. O metrô foi inaugurado apenas em 2014, com extensão de 7,5 km, a um custo de mais de R$ 1 bilhão.

O contrato da obra foi assinado em 1999 por um consórcio formado pelas empreiteiras Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Siemens.

De acordo com o Ministério Público, o consórcio pagou R$ 10 milhões a empresa italiana que fez a melhor oferta para que desistisse do empreendimento. Os documentos apreendidos indicam que havia sido formado um consórcio oculto com outras empreiteiras que também participariam das obras: Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Constran e Alstom.

Os indícios de irregularidades nas obras levaram o MP a apresentar duas ações que acabaram suspensas porque o Superior Tribunal de Justiça considerou ilegais grampos telefônicos da Operação Castelo de Areia, invalidando o caso.

A Camargo Corrêa negocia com a PGR uma nova leva de delações, que deve envolver não só o esquema de corrupção da Petrobras, mas ainda a Operação Castelo de Areia. A ideia dos investigadores seria esclarecer o alcance da corrupção na obra do metrô de Salvador e se ela chegou ao comando político da prefeitura.

Imbassahy ainda não se manifestou sobre o assunto. O deputado é cotado para assumir a Secretaria de Governo, responsável pela articulação política com o Congresso. A indicação deve ocorrer após a eleição da presidência e de outros cargos da Mesa Diretora da Câmara, marcada para o dia 2 de fevereiro.

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