5 de maio de 2024

DIAS D'ÁVILA ACONTECE

14 ANOS FAZENDO A NOTÍCIA DE SUA CIDADE

EDITORIAL: ENQUANTO TODOS NÓS VIRAMOS FANTOCHES

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POR ROGER LIMA.
Inicia-se o ano de 2017 e as novidades são velhas. 90% velhas. Todo mundo está falando em crise aqui e crise ali – e de sobra, crise acolá. Falta dinheiro pra tudo, pra cerveja, pro feijão, pro motel, pra passagem… Nossa política municipal e estadual continua a mesma. Na esfera nacional, a política continua a todo vapor rumo ao caos, deixando sempre o povo insatisfeito com tudo. A lava-jato continua a mesma. A crise dos municípios, do judiciário, das penitenciárias, da previdência, da empregabilidade, a crise social, a crise da sociedade – tudo é a mesma. Onde foi parar o dinheiro que estava na mesa, que estava na conta bancária, que estava no nosso bolso…?
 
Quase nada mudou.
Tirando a posse de Donald Trumph e o quebra-quebra em repúdio às asneiras que ele fala quando pega o microfone.
Tivemos rebeliões em algumas penitenciárias – (como se fosse novidade) – isto a gente sabia que iria acontecer a qualquer momento pois é um barril de pólvora. Penitenciárias superlotadas, presos que já deviam ter sido julgados, outros que já deveriam estar soltos, presos de delitos menos graves juntos com presos de alta periculosidade, a divisão das penitenciárias por facções, a superlotação – e o judiciário com outro fardo enorme de processos a serem julgados que podem ainda levar muito gente pra cadeia. E ainda mais um monte – eu disse um monte – de mandados de prisão em aberto com seus delinquentes soltos – se forem capturados, nas prisões poderá haver mais gente que nas cidades.
Todos nós sabíamos que ia dar no que deu. Menos o Governo Temer. Menos nossos políticos. Menos nossas autoridades.
 
E por falar no Governo Temer, não sabemos quem é o joio e quem é o trigo. A lista de políticos na mira da Polícia Federal é grande. Pior é que estamos apoiando todos eles – e estamos elegendo todos novamente. E estes maus elementos estão em toda parte. A gente tropeça neles, a gente fica vendo suas entrevistas na tevê, a gente fica torcendo pra eles irem presos… Eles lá misturados as pessoas de bem, rindo como se roubar o país fosse normal.
Tudo como antes.
 
A violência em Dias d’Ávila assusta a cada dia que passa. Homicídios, assassinatos, execuções, tiros, mais tiros, tiroteio de novo, furtos no Lessa, furtos no centro, furtos no Imbassay, mais tiros, roubos de carro, o Bosque está temeroso… As notícias não cessam de chegar neste mundo globalizado. Corpos estirados no chão das redes sociais viralizam na vida real. Um grande Big Brother onde se espera só por notícias ruins.
E até o Big Brother não é novidade. Vai começar esta carniça de novo.
 
A novela da tevê segura os cidadãos com medo de sair às ruas. A audiência forçada das redes televisivas. Enquanto os marginais passeiam nas nossas ruas, as pessoas de bem se trancafiam em suas casas, seus presídios particulares, com cães, com cerca elétricas, com grades nas janelas e nas portas… Com medo do PCC, do Comando Vermelho, e não sei mais de quê. Medo até dos grilos trilhando noites lá fora que a gente pensa estar amena. Daqui a pouco poderá haver tiros. Muita gente aposta que vai haver tiros e muita gente reza pra não ter… Tsc, explodiram um banco no sertão, não foi Lampião, mas o cangaço – assim como a febre amarela, a dengue e malária, coisas do passado, voltaram.
Não adianta rezar agora, dedilhar o terço em busca de saída. Deus perdeu o fio da meada desta bagaça e o novelo virou um rôlo compressor.
A outra novidade é a queda do avião do Ministro Teori Zavascki. Caiu mesmo? Foi derrubado? Outro fato como o do ex-governador Eduardo Campos? Conspirações populares em torno da “Lava-jato”. Se foi desastre, fica até difícil acreditar…
 
Em breve começa o futebol. Os Campeonatos Estaduais. Depois vem a Libertadores, Sulamericana, Copa do Brasil e por fim, o Brasileirão. Novidade nenhuma. Poderá ter à partir deste ou do ano que vem o Campeonato Feminino. Imposto goela abaixo a todas as equipes que disputam campeonatos no Brasil. O Futebol é distração, como é a novela, para o povo não pensar muito no que está acontecendo lá fora.
E chega na esteira de todas estas notícias ruins, o carnaval. Samba, mulher nua, blocos caricatos, pipocas, cerveja, pagodão, trio elétrico, madrugada dançando enquanto a cidade tem medo de sair às ruas, enquanto os marginais estão à tocaia, enquanto não tem comida na mesa, enquanto a seca avança, enquanto planejam o São João, enquanto não tem trabalho, enquanto a lava-jato não prende mais um, enquanto o ladrãozinho te marca pra levar seu celular quando você der bobeira…
 
Nada de novo. Vamos esperar o carnaval passar. Vamos deixar pra amanhã a solução do problema da família, do problema da cidade, do problema do estado, do problema do país… Vamos deixar pra amanhã a manifestação contra o aumento das passagens de coletivos, contra o aumento da gasolina, do aumento do salário dos nossos políticos, do aumento na conta de luz e da água… Passado o carnaval vamos deixar pra depois do São João. Passado o São João já chegou o fim do ano, natal, esperança de que as coisas melhorem… Enquanto isso vamos empurrando a sujeira pra debaixo do tapete supostamente persa – já dizia Raul.
Nada de novo até agora. Parece que já vi este filme. Enquanto isso o povo continua nesta pendenga de dar dó, a cidade fica nesta violência de dar medo, os nossos alunos ficam sem ter acesso às faculdades, nossos doentes ficam morrendo nas filas dos hospitais, quem trabalha não consegue subir na vida – e a gente, todos nós, ficamos vivendo em um Brasil virtual, daqueles que a gente finge que os problemas acabam quando saímos das redes sociais.
E até isto não é novidade. Enquanto a gente briga e protesta no mundo virtual, o mundo real vai tirando de nós todos a oportunidade de vivermos com o pé no chão… E com dignidade. Deixamos de ser cidadãos e viramos perfis do whattsApp e do facebook… Pobres fantoches que podem ser deletados a qualquer momento.

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